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Mostrando postagens de julho, 2017

Da Gata Preta: O desaforo de ser Ele

Da Gata Preta: O desaforo de ser Ele O texto abaixo foi retirado do Blog Da Gata Preta. É um material profundamente poético, fala de uma pessoa real de Juiz de Fora, uma reflexão humanista que nos remete a higienismo, espaço urbano e pertencimento. Recomendo muito a leitura e alguns minutos pensando sobre o tema. Ele decidiu morar ali. No Calçadão da Halfeld. No centro nervoso de Juiz de Fora. Se instalou aos poucos. Uma mala, panelas, um colar elisabetano, alguns cobertores, caixotes de madeira, três cachorros. E Ele.  Os dias amanhecem e cada dia a fronteira daquela casa vai aumentando... Ali, no meio do ir e vir, de frente para uma instituição financeira, entre um cinema antigo e uma loja de sapatos. Não atrapalha ninguém. Essa é a verdade. Não tem ir e vir. Tem o permanecer, que alimenta os olhares gulosos, de quem quer a vista “limpa”, a cidade guardada do que a faz real... O conflito, o caos que se ajeita no direito de cada um fazer da cidade aquilo que lhe convém

Fogo-fátuo

" O mundo Um homem da aldeia de Negu・ no litoral da Colômbia, conseguiu subir aos céus. Quando voltou, contou. Disse que tinha contemplado, lá do alto, a vida humana. E disse que somos um mar de fogueirinhas. — O mundo é isso — revelou — Um montão de gente, um mar de fogueirinhas. Cada pessoa brilha com luz própria entre todas as outras. Não existem duas fogueiras iguais. Existem fogueiras grandes e fogueiras pequenas e fogueiras de todas as cores. Existe gente de fogo sereno, que nem percebe o vento, e gente de fogo louco, que enche o ar de chispas. Alguns fogos, fogos bobos, não alumiam nem queimam; mas outros incendeiam a vida com tamanha vontade que é impossível olhar para eles sem pestanejar, e quem chegar perto pega fogo". (Eduardo Galeano) Nossa experiência nesse mundo é única. Não há quem tenha vivido a mesma vida, as mesmas escolhas, as mesmas dificuldades. Valorizar essa experiência é fundamental. Tirar o máximo proveito dela é o principal. Perante a história

O perigo de uma história única

A escritora nigeriana Chimamanda Adichie participou de uma das palestras do TED há cerca de 5 anos e produziu uma das mais marcantes palestras que já vi em minha vida.  O perigo de uma história única é uma palestra que fala de humanidade, de empatia e da capacidade de ver e viver além dos estereótipos que nos são impostos, mas que nós mesmos reforçamos como agentes de nossa própria história. O que eu conheço do mundo? O que eu conheço das pessoas que nunca encontrei, nunca vi, mas das quais falo com a autoridade de um estudioso formado? O que eu sei de fato sobre as pessoas nas ruas, na pobreza ou até na riqueza a minha volta? Essas foram algumas perguntas que me fiz enquanto assistia e percebia que a minha compreensão do mundo é feita de histórias. As histórias que me contam me fazem julgar as pessoas que nunca vi, as histórias que me chegam constroem a minha identidade e as dos outros a minha volta. O lugar de contar histórias é um lugar de poder. O poder de fazer